setembro 28, 2014

Papão de Anjo



Papão de Anjo

Está definidamente decidido!
Gosto mais de doce de ovos do que de chocolate!

A várias razões se deve a tradição da doçaria portuguesa, com base em gemas e açúcar, desenvolvida nos Conventos.

Devido ao açúcar que vinha do Brasil e à grande produção ovícula de Portugal,  que nos levou a exportar ovos para a Europa nos séculos XVIII e XIX, as Irmãs dos nossos conventos primavam pelos seus ricos doces.
As claras dos ovos eram utilizadas como purificadoras na produção de vinho branco e para engomar não só os hábitos das religiosas como os fatos dos homens da época. Sobravam assim as gemas.

O papão d'Anjo deriva dos papos d'Anjo, pequeninos doces fofos e amarelinhos, como qualquer papo d'Anjo que se preze. A preguiça levou a fazer -se este papão, bem mais vistoso e menos trabalhoso.

Ingredientes

Bolo
26 ovos
1 c café bem cheia de fermento

Calda
250 grs de açúcar
125 grs de água
200 grs de maracujás pesados inteiros

Doce de ovos
6 ovos
açúcar: igual peso dos ovos pesados com casca menos 40 grs.

Bolo
Pré aquecer o forno a 175º.
Untar e enfarinhar duas formas iguais com 23 cm de diâmetro.
Bater  24 gemas e 2 ovos com durante 5 min. Juntar a c. café de fermento e bater mais 5 min. sempre à velocidade máxima. Vai ao forno 12 min (se for abaixo ao toque é necessário mais uns minutinhos de cozedura).

Calda 
Fazer uma calda de açúcar com as quantidades acima descritas. Juntar a polpa dos maracujás. Após levantar fervura, fica a ferver 5 min. Deixar arrefecer e reservar.

Doce de ovos
Misturar num tacho anti-aderente os ovos inteiros com o açúcar. Vai a lume baixo, mexendo sempre com uma colher de pau, para não pegar ao fundo. O doce começa a liquificar e só depois começa a ganhar ponto. Logo que atinja a consistência de compota, retirar para uma tijela e deixar arrefecer.

Montagem do bolo
Num prato com um diâmetro bastante superior ao do bolo, coloca-se uma das rodelas do bolo.
Pica.se a superfície com um garfo e core-se com um pouco da calda de açúcar e em seguida com 1/3 do doce de ovos.
Assenta-se a segunda rodela e repete-se a operação.

Tal como se mostra na figura, o doce escorre para os lados.
O efeito é magnífico. se tiver um prato sobrelevado, o efeito ainda é mais bonito.

É um bolo que dá para muitos convidados e e óptimo para acompanhar uma chávena de café.

Ana.

setembro 26, 2014

Esses de Azeitão




Esses de Azeitão

Yey!!!!!!!!!!
Descobri finalmente o livro de receitas das minhas aulas de culinária da Escola Marquesa de Alorna e de quando tinha 10 e 11 anos.
Na altura a escola pública dava aulas de culinária a quem estivesse interessado sem se pagar nada mais por isso. Que bom! Era neste caderninho que eu as escrevia com imenso cuidado.

Além disso, mais tarde, também foi o usado pela minha mãe. Já o julgava perdido! Descobri estes esses de azeitão que me deliciavam nas tardes livres quando chegava da escola.

Costumava abrir a lata de folha e ir comendo enquanto via o Casei com uma Feiticeira! dá para imaginar há quantos anos foi!

Não têm nada de extraordinário, mas são bons e simples bolinhos de chá. Já as minhas memórias chegam envolvidas numa saudade gigante dos tempos em que eu vivia sem olhar nem para trás nem tentava adivinhar o futuro.
Só se vive o presente quando somos crianças.

Aqui vai a receita tal como a minha mãe a escreveu:

Ingredientes
  • 300 grs de farinha de trigo
  • 250 grs de açúcar amarelo
  • 50 grs de margarina + 50 grs de manteiga
  • 1 pitada de sal fino
  • 1 pitada de canela em pó
  • 1 ovo
  • farinha para polvilhar

Deite a farinha sobre a mesa e abra-lhe uma cavidade onde deita a canela, o sal, a margarina, a manteiga e o açúcar.

Com as pontas dos dedos comece a amassar a manteiga e a margarina com o açúcar; logo que bem amassados, junte o ovo e continue a mexer.

Só depois de bem amassados a manteiga, o açúcar, o ovo e o resto, se envolve tudo em farinha mas sem dar muitas voltas, isto é: ligando tudo e amassando o menos possível. Faça uma bola e polvilhe-a com farinha.

Retire depois pequenas porções (cerca de 30 grs cada) e, com as mãos, vá-lhes dando a forma de S e colocando-os num tabuleiro untado com margarina polvilhado com farinha.

Depois de todos moldados, vão a cozer em forno médio durante cerca de 25 min.
Depois de prontos descolam-se rapidamente com uma espátula ou pá.

Notas: ao enrolar os SS na mão, faça-o rapidamente e vá polvilhando com farinha para a massa não se colar às mãos.
Se o açúcar amarelo estiver granulado, pise-o ou passe pela peneira ou passador de rede.


Voltei a fazê-los agora mas substituí a margarina por azeite, mantendo a manteiga. Ficaram bons!
Mas as memórias são processos complexos. 
Sinto à mesma muito a falta daqueles biscoitos.

Ana