abril 15, 2025

BOLO DE REQUEIJÃO E CANELA COM CALDA DE LARANJA

 
Bolo de requeijão e canela com calda de laranja

Adaptei este bolo de iogurte, do chef e chocolatier Jacques Torres, nascido na Argélia, criado no Sul de França e que vive neste momento em NY (curiosamente nascemos no mesmo dia e ano), para um bolo de requeijão com canela e calda de laranja.

Tinha um requeijão a expirar de prazo e uma calda de laranja que tinha sobrado da cozedura das orangettes. Foi um óptmo pretexto para fazer este bolo.

 Muito prático porque não há claras em castelo e mede-se tudo em chávenas, tal como no tradicional bolo de iogurte. No meu caso, cada chávena mede 225 cc.

 Ingredientes

  • 1,5 chav açúcar branco
  • 1 laranja grande e biológica (sumo e raspa)
  • 1 chávena de queijo fresco ou requeijão
  • 3 ovos bio
  • 3 chav farinha tipo T55 sem fermento
  • 2 c chá baking powder
  • 1/2 c chá de canela em pó
  • 1 chav óleo de girassol (o chef usa azeite mas, com este, fica um sabor mais forte)

Calda de laranja

Misturar e deixar fervilhar 1 chav sumo da laranja com ½ chav de açúcar durante 10 min. Deixar arrefecer. Deve obter-se uma consistência de xarope.

Pesar todos os ingredientes e reservar.

Pré-aquecer o forno a 180º.

Numa taça, e com ajuda dos dedos, misturar bem o açúcar com a raspa de laranja e juntar o requeijão.

Adicionar os ovos, um a um, batendo com a vara de arames entre cada adição.

Incorporar a farinha peneirada já misturada com o fermento e canela.

No final, misturar o óleo e o sumo de laranja. Como eu tinha ‘blood oranges’, foi as que coloquei. Dá uma cor mais escura e são muito doces. Podem usar-se laranjas normais.

Vai ao forno numa forma de chaminé untada e enfarinhada. A minha tinha 18 cm de diâmetro medido na base e 7,5 cm de altura.
No meu forno ficou 45 minutos a 180º, no tabuleiro do meio.

Mal sai do forno, colocar a forma sobre uma grade, picar a superfície com um palito e verter umas boas colheres de sopa de calda por cima.

Deixar arrefecer um pouco até incorporar toda a calda e desenformar.

Este bolo é melhor no dia seguinte, quando todos os sabores tiveram tempo de se envolver.

Não dá trabalho nenhum a fazer e é mesmo muito bom.

Ana

abril 14, 2025

CHUTNEY DE NÊSPERA

Chutney de nêspera

Na nespereira que temos no pátio da casa de Alcácer, os frutos já vão dando um ar da sua graça.
Para além do licor de nêspera, cuja receita já partilhei, lembrei-me de fazer um chutney, inspirada pelo chutney de ananás que a minha filha Maria me trouxe de S. Miguel.

Baseei-me na receita de Eve Fox e resultou muito bem. Até quem não gostava de chutney, provou e rendeu-se.

Ingredientes
  • 680 grs de nêsperas lavadas, sem sementes e cortadas em pedaços pequenos
  • 450 grs de cebola picada
  • 227 grs de maçãs raladas
  • 450 grs de açúcar
  • 2 c chá de mostarda
  • 2 c chá de sal marinho
  • 1 c chá de caril em pó
  • 1 c de sopa de sementes de mostarda trituradas
  • 1 c sopa de melaço
  • 2 c sopa de gengibre fresco, descascado e cortado em tiras finas
  • 1 litro de vinagre de maçã
  • 470 grs - 2 chav de água
  • 1/4 chav de passas ou groselhas

Comecei por colocar todos os ingredientes em tacinhas separadas para não me esquecer de nenhum.
De seguida, deitei-os numa panela grande e levei a levantar fervura. 

Cozinhei em lume brando até a misturar ficar macia e com uma boa cor, cerca de 1 a 1 1/2 horas, mexendo regularmente para evitar que o chutney se cole ou queime.

Enquanto isso, esterilizei os frasquinhos que iam receber o chutney.

Deitei o chutney quente nos frascos também ainda quentes, certificando-me que deixava um dedo de espaço livre em cada frasco. Fechei muito bem e coloquei-os durante 10 minutos em banho-maria fervente. 

Retirei-os para uma bancada e deixe arrefecer num local sem correntes de ar durante a noite. Os frsquinhos devem ser guardados num local fresco e escuro por 9 meses. 

Este chutney é um bom acompanhamento para carnes assadas, croquetes, hamburgueres, espetadas de carne, chamussas, caril, bolinhos de legumes e muito mais.

Ana

AZEITONAS GALEGAS - MODO DE PREPARAÇÃO À LA CHANTAL

AZEITONAS GALEGAS

Em Alcácer, como em quase todo o Alentejo, as oliveiras vestem a paisagem de um verde seco, agora muito em uso na decoração das casas :). Calmo, discreto, dá gosto passear por entre os olivais, principalmente quando estão carregadinhas dos frutos pretos e verdes, consoante o seu grau de maturação.

Esta foi a segunda tentativa de tornar as lindas azeitonas num produto comestível. Já tinha tentado  uma vez em que as retalhei, mas virou uma tapenade.

Desta vez, com a receita da Chantal, foi um sucesso! Happy Happy!
E ficaram mesmo boas!

Ingredientes

  • 4 mãos cheias de azeitona galega
  • 1 lt Água
  • 60 grs sal grosso
  • Tiras de casca de limão e laranja (sem a parte branca)
  • Ramos de tomilho
  • folha de louro
  • 1 dente de alho

Lavei as azeitonas em água corrente.

Coloquei-as dentro de uma taça com água, tapei e conservei-as num local escuro durante uma semana, no meu caso na despensa, mudando a água diariamente.

Após esse tempo, em que as azeitonas perdem o amargo, fiz uma salmoura com água e sal numa percentagem de 1 lt de água para 60 grs de sal. A salmoura deve ser fervida e arrefecida.

Deitei as azeitonas em frascos esterilizados cobertas com a salmoura, os ramos de tomilho, a folha de louro, um dente de alho e umas tiras de limão e laranja. As azeitonas têm que estar completamente submersas no líquido para não haver criação de bolor por cima.  Voltei a guardá-las na despensa com um rótulo com a data em que as fiz.

Este mês, após 4 meses de hibernação (apanhei-as no fim de Novembro), abri um dos frascos para ver se já estavam boas. E estavam mesmo!
Conservei-as no líquido.

Como somos poucos cá em casa, em vez de um frasco, coloquei em vários que vou abrindo à medida que preciso. O frasco já aberto guardo no frigorífico.

Ana

SPAGHETTI CACIO E PEPE

Spaghetti Cacio e Pepe

Este é um dos pratos emblemáticos de Itália. Muito económico, deve, no entanto, obedecer a algumas regras, para que não resulte numa massa mole e empapada no queijo. Testei uma receita do site da Giallo Zafferano, vi mais alguns chefs italianos e cheguei a esta versão. 

Digo-vos, ficou perfeita!

Ingredientes para 2 pessoas (80 grs massa/pessoa)

  • 160 grs spaghetti (a marca Rummo é boa (https://www.pastarummo.it/en/)
  • 100 grs queijo Pecorino Romano (maturação média) ralado (comprar em barra e ralar na hora)
  • 2,5 grs de pimenta preta em grão moída grosseiramente num almofariz 
  • 800 ml de água para cozer o spaghetti (sempre que está escrito água, é a esta que me refiro)
  • 4 grs sal grosso para juntar à água de cozer o spaghetti (1 colher de chá)
Pesar todos os ingredientes e reservar.

Colocar uma panela com a água ao lume. Quando estiver a ferver, juntar o sal e depois colocar o spaghetti. A massa deve cozer menos 3 min. do que o tempo prescrito no pacote.

Normalmente coze-se a massa em bastante água. A proporção normal é de 1 lt água para 10 grs de sal e 100 grs de massa. Neste caso, como queremos mais cremosidade no final, e o queijo já é salgado, coloca-se metade da água que habitualmente se utiliza, para haver maior concentração de amido, e 1/4 do sal, ou seja, para 160 grs de massa, 800 ml de água e 4 grs de sal.

Enquanto a massa coze, colocar a pimenta a torrar em lume baixo numa frigideira anti-aderente, mexendo com uma colher de pau. Juntar à pimenta 1 concha de água de cozer a massa e continuar a mexer, deixando apurar por uns 7 minutos.

Deitar na frigideira, onde está a pimenta, o spaghetti que esteve a cozer na panela, para que continue a  cozedura, reservando a água de cozer. Ir adicionando a água quente aos poucos e à medida que o fundo vai ficando seco, misturando com uma pinça metálica, até que a massa esteja al dente.

Juntar um pouquinho da água quente ao pecorino reservado numa taça e mexer vigorosamente com uma vara de arames. 
Deve ficar uma pasta, não um creme. Se estiver que esperar pelo spaghetti, colocar esta mistura de queijo sobre a tampa da panela do spaghetti para manter a temperatura.

Fora do lume, juntar o queijo à massa, mexendo sempre com uma pinça. Ajustar a cremosidade, juntando mais água ou queijo ralado.

Serve de imediato com pimenta moída e pecorino ralado por cima. 
Ambos moídos/ralados no momento.

Este prato não deve esperar.

Ana